Nem te conheço!
Falámos duas vezes e sinto que sempre viveste em mim (nos meus sonhos)
Porque gosto de ti?
Estive perto, tão perto mas, fecho-me, isolo-me e não me deixo entrar na verdade que me aparece aos olhos. De tão verdadeira prefiro esconder.
Mas porque gosto de ti?
Hoje, no local mais insólito para o descobrir, revi e confirmei, lembrando os teus olhos, o porquê. De tanto olhar a foto dos teus olhos, de tanto te olhar não sinto paixão.
Não!.
Paixão é estarmos enganados no olhar e nas palavras do outro e isso, porque não é próprio da minha maneira de ver a vida, não estou.
De tanto olhar a foto que me enviaste não sinto adoração.
Não!
Adorar é considerarmos o mundo do outro como sendo o nosso (enganos!) e isso não sinto.
O que sinto é maior, muito maior, infinitamente maior do que esses pequenos sentimentos, tantas vezes confusos aos nossos olhos. Não é cerebral.
Não!
Não estou cerebralmente amando.
Não é do coração é saber que estou eternamente perdido pelos olhos que me deixaaste ver.
Aquilo que sinto é um rio amplo correndo para o oceano,aquilo que sinto é terra fértil que germina a semente antes de cair as primeiras gotas de chuva (as lágrimas).
Aquilo que sinto é bebedeira; são copos que retornam sempre cheios; garrafas de liquido (ardente) que não acalmam a minha febre (de ti!).
Esqueço que te tenho em mim.
Esqueço que eu já sou outro por te ter em mím (quem sou?).
No inicio de uma manhã qualquer (como esta) descubro o que me cega.
Cega-me a vontade de te rever (sonho?).
O que fica em mim esta cede de te conhecer melhor? Que vazio é este?
Se me atrever a conhecer-te, que ficará depois de ti, se já é tão real o amor pelo que és?
Fica real, tão real a loucura que senti pelos teus olhos.