domingo, 20 de julho de 2008

Bom apetite!







É só ir à praça, escolher entra a sardinha, as ovas, lulas e polvo, carapau, tamboril, safio e raia,
douradas, sargos, robalos e peixe espada, e o peixe galo, a faneca, a abrótea... e até as ameijoas e os berbigões...
tudo bom e fesquinho!
dar asas à imaginação, assar no fogareiro, batatinha cozida com pele, e uma salada...
fritar, com arroz de tomate, ou de grelos, malandrinho... e uma salada...
cozer com a dita batatinha com pele, e legumes a gosto...
e a bela caldeirada... hummmmmmmmmmmmm
um vinhinho tinto, ou como quiserem, e, olhem, eu já almoçava!!!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Canções do Mar


Se não houvesse barcos
quando eu era pescador
como podia agora navegar
no mesmo mar
de meu avô navegador?
Bendita a tua herança avô:
em ti me confirmei e sou
Quando nasci
eu era pescador
e logo gostei de ti

Mais tarde
finquei os pés na areia
e nunca mais te vi:
tu ficaste sereia
e eu para aqui
Porque passaste àquela hora
naquele dia?

Eu olhava o Sol que se ia embora
e me atraía

Nas vésperas de anoitecer
só apetece morrer

Porque passaste àquela hora?
Porque não passas agora?

Se não houvesse barcos
não haveria mar
O poema é dentro na raíz:
da sua explosão
se desprende a palavra que o diz

Dizer é libertar o poema
devolvê-lo à razão
duma origem suprema
Não sei porque razão
continua o teu olhar
a procurar
o mito
Não sabes o que é o mito?
Não?
És tu de saia travada
e eu mestre de um galeão
Ai
quando eu era pescador
inda tu não eras nada:
desencontros meu amor...
José Soares - Nazaré 1990