sexta-feira, 28 de março de 2008


Preciso de sentir-me duro, tenso,
retido no amplexo das tuas coxas,
ainda que breves sejam os minutos.

Que venham as horas infinitas
para que eu possa amar-te
como flor entreaberta
à saliva da minha volúpia.

(poema meu)

terça-feira, 18 de março de 2008

Mãos que amam




Como queres que eu viva
sem a tua presença


Como queres que eu veja
sem a luz dos teus olhos

Como posso não sentir sede
Se me roubas os teus lábios


Que vai ser de mim de mim…

quando já não tiver os teus dedos
…entrelaçados nas minhas mãos...?




poema meu

domingo, 9 de março de 2008


Transfiguro, uma alquimia de sentimentos, por poções antigas e sabedorias que em mim não encerro. Aplico um pouco de voodoo que nunca ensaiei, a ver se consigo despegar-te de mim. Arrancar-te furiosamente, a ti, às tuas palavras, a tudo de ti. Até restar apenas um emaranhado de fios finos e fracos, frágeis como eram quando éramos o que não fomos.Amarroto-te, como um papel usado, uma folha em branco onde não inscrevi uma palavra, uma gota de sal, um sorriso, um pôr-do-sol, nada, apenas o branco e as linhas azuis cheias de "ses" que não escolhemos. Acto contínuo, tento alisar-te, fazer com que voltes a ser a folha em branco cheia de possibilidades improváveis. Acto contínuo, acto de desespero. Acto de nada. Passivo. E em ternura enlaço-te. Corto-te. Queimo-te. Tiro-te esse sorriso e o desenho a lápis de cor na minha pele. Para recomeçar tudo de novo.